SÃO PAULO, 1 Fev (Reuters) - A Justiça do Rio Grande do
Sul prorrogou nesta sexta-feira por 30 dias a prisão temporária dos
dois donos da boate Kiss, que pegou fogo no último domingo matando 236
pessoas, e de dois integrantes da banda que tocava no local no momento
da tragédia.
O juiz Regis Adil Bertolin acatou o pedido da Polícia Civil para
que Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Hoffman --donos da boate--, o
vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor Luciano Augusto
Bonilha Leão seguissem detidos por entender que os quatro podem ter
participado da causa do incêndio, assumindo risco de provocar as mortes.O incêndio na casa noturna começou na madrugada de domingo, segundo a polícia, quando um sinalizador foi acionado por um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local.
Segundo nota no site do Tribunal de Justiça gaúcho, Bertolin apontou declarações apontando que Hoffmann acompanhava e sabia o que se passava na Kiss e que Spohr, segundo depoimento de uma funcionária da casa, não tinha os cuidados com a segurança da boate e não controlava sua lotação.
Sobre os membros da banda, o magistrado mencionou depoimento do dono da loja de fogos de artifício onde o sinalizador foi comprado afirmando ter alertado Bonilha que aquele artefato não era adequado para ambientes fechados.
Já sobre o vocalista da banda, o juiz citou que testemunhas disseram que ele não alertou o público do que estava acontencendo quando o incêndio começou, o que agravou a tragédia.
Cinco dias depois da tragédia, 124 pessoas ainda estão internadas em hospitais de todo o Estado. Dessas, 64 respiram com ajuda de aparelhos.
Autoridades de saúde alertaram as pessoas que tiveram contato com a fumaça tóxica na boate que busquem serviços médicos, já que a pneumonite química, resultado da inalação da fumaça tóxica, pode ser manifestar até uma semana depois da tragédia.
(Reportagem de Eduardo Simões)
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