Cena do crime foi mudada no Carandiru
Estadão Conteúdo -
2 horas 12 minutos atrás
O julgamento de 26 policiais
militares acusados de 15 mortes no massacre do Carandiru entra no seu segundo
dia nesta terça-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Cinco
testemunhas de acusação já foram ouvidas: três ex-detentos do presídio, o ex-diretor
de segurança e disciplina da Casa de Detenção e um perito criminal.
Os depoimentos contestaram o número
oficial de mortes relatadas. Ao todo, 111 presos teriam sido mortos no Pavilhão
9 do Carandiru, em outubro de 1992. Um dos ex-presidiários disse que contou o
dobro de corpos. “A impressão que nós tínhamos era que o número de corpos era
muito maior do que o divulgado", disse o agente penitenciário, Moacir dos
Santos. O perito Osvaldo Negrini Neto mostrou fotos dos mortos empilhados no
pátio do presídio aos jurados e afirmou que a retirada dos corpos do local
prejudicou a perícia.
Nesta terça, o júri deve ouvir nove
testemunhas de defesa, após a promotoria ter dispensado as demais testemunhas
de acusação. O secretário de Segurança Pública à época, Pedro Franco de Campos,
e o ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho já estão no Fórum da
Barra Funda, segundo informações do Tribunal de Justiça. Os dois prestarão
depoimento.
Esse é o primeiro julgamento do
massacre no Carandiru. Outros 53 PMs serão julgados pela participação na
invasão à Casa de Detenção em mais três etapas.
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